quarta-feira, fevereiro 13, 2008

CRÉU ! MINHA MONOSSÍLABA CORPORATIVA

O carnaval é uma época propícia a sacanagens, e sabendo disto, resolvi conhecer uma zona de verdade.Fui até Brasília!
Ao chegar, fui recepcionado pelo Cirque du Palácio: O Ministro do Esporte Burlando Silva, a Ministra da Igualdade Racial Gastilde Ribeiro, o da Pesca, Altemir Gastosim (e daí ), o general Jorge Crédix - Ministro do Gabinete de Segurança Institucional, além de Pierrôs, Arlequins e Columbinas federais.
Eles não perderam tempo e começaram a sacanagem logo de cara.
A Ministra Gastilde sacou seu Roubo Card ( o cartão corporativo ) e...Créu! Alugou um luxuoso automóvel para o "tour" na capital.
Como anfitriões e guias turístico-corporativos, me levaram aos mais famosos lugares da capital federal.
A primeira parada foi num free shop a pedido da ministra Matilde Dinheiro, que novamente em posse do cartão...Créu! Não deu outra, comprou várias miniaturas de chefes de Estado da esquerda direitista.
Em seguida saímos em direção a tapiocaria Maria Bonita, desta vez, por indicação do ministro do esporte.
No recinto, Burlando pediu tapioca para os gastões, digo, foliões.
Pra fechar a conta tirou do bolso seu cartão e...Créu!
Intrigado, indaguei o: - Sr ministro, este cartão abastecido com verba pública deveria ser utilizado apenas em situações emergenciais, certo?
-Foi uma emergência estomacal filho- respondeu esportivamente o moço.
No dia seguinte, rolou uma "festa no ap" do reitor da universidade de Brasília Timothy Mubilholand, que gastou quase 500 mil reais para mobilhar e decorar sua cobertura em função da carnavalesca baderna.
Enquanto Créumothy Mulholland dançava seu carnafunk fantasiado de Marajá, não pude deixar de refletir sobre o pobre e caíndo aos pedaços alojamento da UnB, onde reside boa parte dos alunos.
No dia seguinte, fomos almoçar na churrascaria sugerida pelo ministro da pesca, que me confessou: - "Detesto peixe! Prefiro uma maminha argentina...
Ministério da Pesca é igual a cabeça de Bacalhau: Ninguém conhece ou sabe pra que serve!"
Pra finalizar, pescou seu Roubalo Card Corporativo e...Créu! Pagou a conta.
Na calçada um mendigo me solicitou uma esmola, disse que não tinha moeda, foi aí então que me reconheceu:
"- Ah, o sr. é um turista...É que aqui em Brasília todo mundo tem algum tipo de cartão federal.
Pensando em mais uma comodidade pro seu eleitorado, o governo criou o Esmola Card Corporative Gold !
Basta o cidadão passar o cartão nesta maquininha e pronto!
A contribuição é feita de modo prático e instantâneo.Vamu erradicá a pobreza no Brasil cumpanhêro!"
Após o encontro com o pedinte digitalizado, fomos à videolocadora Atos.
Lá, três funcionários do planalto que fazem compras para o presidente Luiz Credifácil Lula da Silva, locaram inúmeros documentários sobre a gastança, quero dizer, a festança de cunho folclórico nacional.
Ao saírem, sacaram o cartão e...Créu! Acertaram a conta.
No último dia, enquanto me conduziam à rodoviária para o embarque de volta para a Privada, paramos na loja de bebidas Wine Company.
Me presentearam com um Romanée Conti, para que me lembre sempre de Brasília e dos meus amiguinhos corporativos.
E na hora de pagar o vinho...Créuuuuuuuuuuu!!!
Dá lhe corporativo mais uma vez.
Meio sem jeito, peguntei:- E a prestação de contas?
Outro me respondeu: - Ora, são 11.509 cartões, 510 com o meu, relaxa.
E o presidente?
O general Félix (logo atrás) imediatamente baixou o Ato Institucional número 6:- Está expressamente proíbido falar sobre os gastos do presidente! Estamos entendidos?
-Sim senhor!
Já dentro do ônibus, parado no sinal, vi pela janela o mendigo na mesma calçada, então peguei o vinho, e o presenteei.
Ele, comovido, me disse: "- Hasta la gastança...Cumpanhêro!"
Voltei então, melancólico e triste pra casa.

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