Não sou habitante das savanas africanas, mas, a cada trinta dias, me dou ao trabalho de aparar a juba.
Me dirigi ao profissional e seu estabelecimento e, ao chegar, cumprimentei o homem que estava a executar seu ofício, e acomodei me no sofá.
Próximo a mim estavam duas manicures, que ouviam as clientes enquanto exerciam suas funções.
À nossa frente, três cadeiras e seus espelhos individuais aguardavam o próximo a ser tosado.
No canto direito da parede estava a tv.Suspensa, lá de cima proclamava as principais notícias do dia.
Éramos dois, aguardando a vez de ter uma prosa com a tesoura.
-Banco Central Americano colocará cerca de oitocentos bilhões de dólares no mercado para conter a crise...Avisou o repórter lá do alto!
Entremeando conversas, acabei por ser vítima de um hábito inerente a raça humana: Comecei a ouvir o que não era da minha conta!
-E quando a cabeça bateu lá, com toda força, fez escorrer lágrimas...
Aquela frase me deixou assustado, e óbvio, deixei a economia de lado para saber que tipo de "cabeçada" havia sido tão prejudicial à cliente da manicure.
Ela narrando, e eu na escuta:
-"Estava arrumando o guarda roupa, quando deixei uma calcinha cair no chão.Ao me levantar, esqueci que uma das portas estava aberta, foi quando bati com toda força a cabeça! Foi tão forte a pancada, que quase desmontei o armário!!!
-Nossa! E o que você fez depois? - Perguntou a ágil reparadora de unhas.
-Deitei no chão e chorei sem parar...
Tudo conspirava a ser mais uma confidência sexual de salão: Relação manicure-cliente; uma euforia no ar; função de psicóloga normalmente exercida para quem está nesta profissão...E por aí vai.
Pensei que ouviria algo picante, mas logo a idéia se dissolvel como esmalte sob acetona.
Porém, o papo "cabeça" me fez voltar ao dia dez de agosto, quando também fui vítima de um guarda roupa!
Estava acomodando minhas roupas em seu interior - é um guarda roupa robusto, com duas portas laterais e outra de vidro com bordas de madeira- quando uma Hering escapou das mãos e foi ao chão.
Na tentativa de ser rápido e evitar que sujasse, abaixei rapidamente e ao recuperá la, levantei indo de encontro a porta do meio, que escancarada, acabei por acertar em cheio!
O impacto foi tão forte, que me joguei ao chão como primeira tentativa de absorver a dor.
Começava ali, o xingatório mais extenso da minha vida.
Praguejei contra ele! Lancei lhe um sem número de adjetivos indecorosos.
Ofendi sua mãe, e a corja de irmãos que ainda seriam serrados ao meio na Amazônia.Torci para que sua família caísse nas mãos de grileiros e contrabandistas de madeira.
Nossa...Como doía!
Nocauteado e sem forças para levantar, pensei em jamais ter no lugar os miolos fragmentados pelo impacto!
Me senti o Bruce Willis em "Armageddom", nos instantes que precedem a detonação da ogiva nuclear dentro do meteoro.Bruce, antes de mandar tudo ( inclusive ele ) literalmente pro espaço e salvar a terra da temida ameaça, encontra tempo para produzir um flashback de sua vida.
Ali, no chão, fiz o meu, durante os segundos de dor e da incerteza de uma futura sobrevivência.
Me dirigi ao profissional e seu estabelecimento e, ao chegar, cumprimentei o homem que estava a executar seu ofício, e acomodei me no sofá.
Próximo a mim estavam duas manicures, que ouviam as clientes enquanto exerciam suas funções.
À nossa frente, três cadeiras e seus espelhos individuais aguardavam o próximo a ser tosado.
No canto direito da parede estava a tv.Suspensa, lá de cima proclamava as principais notícias do dia.
Éramos dois, aguardando a vez de ter uma prosa com a tesoura.
-Banco Central Americano colocará cerca de oitocentos bilhões de dólares no mercado para conter a crise...Avisou o repórter lá do alto!
Entremeando conversas, acabei por ser vítima de um hábito inerente a raça humana: Comecei a ouvir o que não era da minha conta!
-E quando a cabeça bateu lá, com toda força, fez escorrer lágrimas...
Aquela frase me deixou assustado, e óbvio, deixei a economia de lado para saber que tipo de "cabeçada" havia sido tão prejudicial à cliente da manicure.
Ela narrando, e eu na escuta:
-"Estava arrumando o guarda roupa, quando deixei uma calcinha cair no chão.Ao me levantar, esqueci que uma das portas estava aberta, foi quando bati com toda força a cabeça! Foi tão forte a pancada, que quase desmontei o armário!!!
-Nossa! E o que você fez depois? - Perguntou a ágil reparadora de unhas.
-Deitei no chão e chorei sem parar...
Tudo conspirava a ser mais uma confidência sexual de salão: Relação manicure-cliente; uma euforia no ar; função de psicóloga normalmente exercida para quem está nesta profissão...E por aí vai.
Pensei que ouviria algo picante, mas logo a idéia se dissolvel como esmalte sob acetona.
Porém, o papo "cabeça" me fez voltar ao dia dez de agosto, quando também fui vítima de um guarda roupa!
Estava acomodando minhas roupas em seu interior - é um guarda roupa robusto, com duas portas laterais e outra de vidro com bordas de madeira- quando uma Hering escapou das mãos e foi ao chão.
Na tentativa de ser rápido e evitar que sujasse, abaixei rapidamente e ao recuperá la, levantei indo de encontro a porta do meio, que escancarada, acabei por acertar em cheio!
O impacto foi tão forte, que me joguei ao chão como primeira tentativa de absorver a dor.
Começava ali, o xingatório mais extenso da minha vida.
Praguejei contra ele! Lancei lhe um sem número de adjetivos indecorosos.
Ofendi sua mãe, e a corja de irmãos que ainda seriam serrados ao meio na Amazônia.Torci para que sua família caísse nas mãos de grileiros e contrabandistas de madeira.
Nossa...Como doía!
Nocauteado e sem forças para levantar, pensei em jamais ter no lugar os miolos fragmentados pelo impacto!
Me senti o Bruce Willis em "Armageddom", nos instantes que precedem a detonação da ogiva nuclear dentro do meteoro.Bruce, antes de mandar tudo ( inclusive ele ) literalmente pro espaço e salvar a terra da temida ameaça, encontra tempo para produzir um flashback de sua vida.
Ali, no chão, fiz o meu, durante os segundos de dor e da incerteza de uma futura sobrevivência.
E todo ele com a trilha sonora do "James Blunt"; sinal de mal presságio!
Aliás, sugiro aos agentes funerários que substituam a famosa marcha fúnebre, por músicas do Blunt!
Elas são tão tristes, que o cidadão acometido por uma pequena "crise existêncial", a transformaria em depressão, e se bobiar, atentaria contra a própria vida.
Tanto sou amigo da verdade, que no fim do videoclip de "You're Beautiful", o próprio James se atira do alto de um penhasco mar adentro, se tornando parte da camada pré sal.
Ou seja: -Nem ele aguentou!
-Mas então...Ele foi na sua casa ontem?
-São Paulo tem agora trinta quilômetros de congestionamento...Por instantes voltei a tona, mas submergi ao passado rapidamente...
Continuei com o "monólogo dos insultos", saudando a existência dos cupins.O guarda roupa por sua vez, não dizia nada, o que me tirou do sério!
Torci para que alguém da casa adentrasse o quarto; seria como um diplomata da ONU costurando um acordo de paz entre o "ser" e o "objeto inanimado".
-Chove na região sudeste neste fim de semana! Anunciou a tv.
As senhoras agora tratavam do verdadeiro futebol feminino: Novela das oito!
No momento de submergir novamente, o salva vidas de tesoura na mão me perguntou:- E aí, vamos lá?
Após jogar por terra a juba, recorri à filosofia no caminho de volta pra casa.
-Porque, como seres pensantes, teimamos em agredir verbalmente - ou em alguns casos, chegamos a vias de fato - um objeto imóvel que nada nos fez?
"Pés" de sofás ( dá lhe unhas encravadas ), geladeiras, criados mudos, mesas de jantar, de escritório, e tantos outros, vítimas da fúria e ignorância humana!
Apesar de "rústico", aquele móvel possui identidade.
Só me resta pedir desculpas.Não só pela agressão verbal, mas também pela física.
Afinal, quem deu a cabeçada fui eu!
E não ria, pois quem não deu sua "topada" um dia?.
Aliás, sugiro aos agentes funerários que substituam a famosa marcha fúnebre, por músicas do Blunt!
Elas são tão tristes, que o cidadão acometido por uma pequena "crise existêncial", a transformaria em depressão, e se bobiar, atentaria contra a própria vida.
Tanto sou amigo da verdade, que no fim do videoclip de "You're Beautiful", o próprio James se atira do alto de um penhasco mar adentro, se tornando parte da camada pré sal.
Ou seja: -Nem ele aguentou!
-Mas então...Ele foi na sua casa ontem?
-São Paulo tem agora trinta quilômetros de congestionamento...Por instantes voltei a tona, mas submergi ao passado rapidamente...
Continuei com o "monólogo dos insultos", saudando a existência dos cupins.O guarda roupa por sua vez, não dizia nada, o que me tirou do sério!
Torci para que alguém da casa adentrasse o quarto; seria como um diplomata da ONU costurando um acordo de paz entre o "ser" e o "objeto inanimado".
-Chove na região sudeste neste fim de semana! Anunciou a tv.
As senhoras agora tratavam do verdadeiro futebol feminino: Novela das oito!
No momento de submergir novamente, o salva vidas de tesoura na mão me perguntou:- E aí, vamos lá?
Após jogar por terra a juba, recorri à filosofia no caminho de volta pra casa.
-Porque, como seres pensantes, teimamos em agredir verbalmente - ou em alguns casos, chegamos a vias de fato - um objeto imóvel que nada nos fez?
"Pés" de sofás ( dá lhe unhas encravadas ), geladeiras, criados mudos, mesas de jantar, de escritório, e tantos outros, vítimas da fúria e ignorância humana!
Apesar de "rústico", aquele móvel possui identidade.
Só me resta pedir desculpas.Não só pela agressão verbal, mas também pela física.
Afinal, quem deu a cabeçada fui eu!
E não ria, pois quem não deu sua "topada" um dia?.
Um comentário:
kkkkkkkkkkkk
quem nunca foi vítima de um armário
ou de suas partes?
quem nunca trombou com os pés 'desavisados' de algum móvel?
kkkkkkkkkkkkk
but,não há nada pior que ouvir 'Blunt'....nem ele aguenta aquela vozinha curta,meio desafinada tipo ' a gente com fome'....kkkkkkkkkkk
A única coisa que me conforta saber é que, a dor da topada passa...e,tomara...o James Blunt também....
bjkinhas...
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